Apresentação

Em outubro de 1984, foi realizada na Universidade Federal de Viçosa (UFV) a primeira Assembleia Geral da Associação dos Servidores (ASAV), onde foi apontada a necessidade de criação de um espaço de alfabetização para os funcionários da instituição, devido à constatação de que 30% dos servidores eram analfabetos. Um ano depois, o analfabetismo chegou a ser alvo de denúncia no discurso de posse da primeira diretoria eleita da ASAV, em cerimônia realizada no dia 11 de outubro de 1985, justificando a criação de um projeto de alfabetização de adultos para os funcionários dessa instituição. Na mesma época, a Comissão de Revisão de Planos de Cargos e Salários da UFV empenhava-se em buscar uma alternativa para que esses servidores pudessem estudar, cumprindo uma carga horária nas atividades escolares, sem prejuízos das atividades profissionais. Passado um ano, o Reitor, Geraldo Martins Chaves, em 1986, atendeu à reivindicação dos servidores, autorizando o funcionamento de um Projeto de Educação Básica e Alfabetização de Adultos, numa parceria entre a ASAV, o Departamento de Educação e a Unidade de Apoio Educacional (UAE).
Em 1987, a Universidade Federal de Viçosa iniciou o Projeto de Educação Básica e Alfabetização da UFV, atendendo à reivindicação da ASAV. Inicialmente, a coordenação do Projeto ficava a cargo da diretoria da ASAV, com a orientação dos professores do Departamento de Educação (DPE). Em março de 1987, iniciaram o trabalho, com a liberação dos funcionários por duas horas diárias. As aulas eram ministradas por dois estudantes do curso de Pedagogia, que recebiam uma bolsa custeada pela ASAV para tal e, após alguns meses, pelo MEC, através de um convênio que durou três anos. A partir daí, os estagiários passaram a receber bolsa de monitoria da Pró-Reitoria de Ensino da UFV.
A partir do ano de 1990, passaram a ser indicados nomes de professores do DPE para coordenarem o Projeto de Alfabetização e o Projeto ampliou sua abrangência de atuação, se tornando, além de um local de ensino para os funcionários, um local de pesquisas para os professores e alunos do curso de Pedagogia da UFV. Em janeiro de 1990, o chefe do DPE, professor Lúcio Kreutz, indicou como nova coordenadora do Projeto de Educação de Adultos, a professora Lucíola L. C. Paixão Santos. Por iniciativa da professora, foi criado um grupo de estudos sobre a alfabetização de adultos, com o apoio da Delegacia Regional de Ensino de Ponte Nova, para divulgar e oferecer cursos de extensão, visando repassar as experiências adquiridas. Também, os monitores, além de adquirir a experiência de sala de aula, passaram a desenvolver pesquisas, com auxílio de bolsas do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (PIBIC).
Em 1992, assumiu a coordenação dos trabalhos a professora Rosemeire Romano Martins Costa, que deu continuidade aos trabalhos de pesquisa, adquirindo recursos que permitiram montar a sede, que funciona até o presente momento, na casa 33, situada na Vila Gianetti. Adquirida essa infraestrutura, passou-se a oferecer, além da alfabetização, cursos de preparação para exames de suplência da 1ª a 4ª série. Em setembro de 1995, a professora Maria das Graças Floresta assumiu a coordenação do curso. Nesse mesmo ano, o atendimento foi ampliado, criando-se turmas de 5ª a 8ª série, sendo, então, alterado o nome deste, de Projeto de Alfabetização de Adultos para Núcleo de Educação de Adultos (NEAd). Nesse momento, a professora Maria das Graças deu continuidade aos trabalhos de pesquisa iniciados pela professora Rosemeire, bem como abriu outras oportunidades de pesquisa na área da EJA, também como iniciação científica.
Em 1997, a coordenação do Núcleo foi assumida pela Professora Rosa Cristina Porcaro. A partir dessa data, iniciou-se um processo de formação dos monitores, por meio de reuniões pedagógicas semanais, com o intuito de identificar as dificuldades destes na atuação docente em turmas de EJA e propor alternativas pedagógicas para estas. Em 2000, constatou-se que o Núcleo havia conseguido reduzir o índice de analfabetismo dos servidores da instituição de 30% para 0,6%, o que representou um ganho para a Universidade. Em 2001, mais uma vez, o Núcleo teve suas atividades ampliadas, passando a oferecer turmas de Ensino Médio e estendendo-se as matrículas a toda a comunidade viçosense.
No ano de 2007, a gestão do Núcleo passou a ser de responsabilidade de duas professoras do Departamento de Educação, organizando-se da seguinte forma: uma coordenação administrativa, que ficou a cargo da professora Etelvina Maria Valente dos Anjos Silva, e uma coordenação pedagógica, que ficou a cargo da professora Ana Cláudia Chequer Saraiva. Em 2008, a coordenação pedagógica foi assumida pela professora Leci Soares Moura Dias e a professora Etelvina permaneceu na coordenação administrativa. Em 2009, a coordenação geral foi assumida pela professora Wânia Guimarães Lacerda e em 2010, pelo professor Edgar Pereira Coelho. A partir de 2011, a coordenação do Núcleo voltou a ser assumida pela Professora Rosa Cristina Porcaro, que desenvolve esse trabalho até os dias de hoje.
Atualmente, o Núcleo atende a um número médio de 100 alunos ao ano, dentre funcionários da UFV, familiares desses e demais pessoas da comunidade viçosense. Nesse sentido, oferece turmas de alfabetização e letramento, de preparação para exames de suplência em nível de Ensino Fundamental e Médio, e de Inclusão Digital. Esse trabalho tem sido desenvolvido por estagiários dos cursos de Pedagogia, Letras, Matemática, História, Geografia, Biologia, Química, Física e Informática, sob orientação da coordenadora do Núcleo, constituindo-se em espaço de formação de educadores para a modalidade de EJA. Além disso, o Núcleo tem feito parcerias com o objetivo de oferecer Educação de Jovens e Adultos a diversos setores da comunidade viçosense. Entre estes, destacam-se uma parceria com o Programa Municipal da Terceira Idade (PMTI), com o objetivo de alfabetizar os idosos inscritos nesse Programa, e com o Programa Jovens de Futuro, com o objetivo de oferecer curso de Inclusão Digital aos jovens inscritos no Programa.
Constitui objetivo do NEAD, então, a conjugação de recursos humanos, financeiros e materiais da Universidade Federal de Viçosa, visando ao desenvolvimento de programas e projetos interdisciplinares de pesquisa, extensão e formação de recursos humanos nas várias áreas do conhecimento humano referentes aos estudos sobre EJA. Ainda, constituem objetivos específicos do NEAD: oferecer espaço de formação profissional no campo da educação de jovens e adultos para os graduandos dos cursos de Pedagogia e demais Licenciaturas; oferecer turmas de educação de jovens e adultos visando alfabetização, preparação para exames conclusivos do Ensino Fundamental e do Ensino Médio e inclusão digital para a comunidade viçosense; desenvolver estudos e pesquisas sobre a educação de jovens e adultos, visando contribuir com o desenvolvimento desse campo de atuação.
O NEAD tem sua sede na Vila Gianetti, na casa 33, em instalações concedidas e mantidas pela Administração da UFV. Os recursos para atender às necessidades básicas do NEAD são supridos pelo Departamento de Educação e pelo Centro de Ciências Humanas. São integrantes do NEAD: uma professora do Departamento de Educação, que coordena os trabalhos; um servidor técnico-administrativo, que desenvolve atividades de secretaria; um técnico em assuntos educacionais, que desenvolve atividades de apoio pedagógico à coordenação e aos estagiários e pelo acompanhamento dos educandos no processo de aprendizagem; um servidor que cuida da manutenção da rede física; dez graduandos dos cursos de licenciaturas da Universidade Federal de Viçosa, que estagiam na área da EJA, participando das atividades de ensino desenvolvidas pelo Núcleo.  
A equipe de estagiários é composta por graduandos dos cursos de Pedagogia, Ciências da Computação e demais licenciaturas da Universidade Federal de Viçosa (UFV), e desenvolve aulas em turmas de jovens e adultos, perfazendo uma carga horária total de 12 horas semanais, em horário estabelecido pela coordenação, de acordo com a demanda do Núcleo. Para estes, são organizados, pela coordenação do Núcleo, momentos de formação continuada, incluindo aí reuniões pedagógicas, grupos de estudos, mini-cursos, palestras, oficinas pedagógicas etc.

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